Você já calculou o desperdício da sua marcenaria com sobras de painéis de madeira? Em marcenarias onde não há planos de corte eficientes e planejamento da produção, o desperdício pode variar de 10% até 30% das chapas cortadas, aponta o Sebrae. A diferença, mais do que nunca, está na correta gestão e avaliação dos processos produtivos e, claro, com um projeto bem especificado / desenhado.
Vale lembrar, os painéis de MDP, MDF e HDF são a principal matéria-prima da marcenaria e podem representar até 85% do custo de material do projeto.
Lendo relatos em grupos especializados do setor, é possível perceber como o desperdício de painéis e outras matérias-primas pode ocasionar prejuízos; reduzindo o lucro e capacidade de competição de muitas marcenarias.
O que fazer com as sobras de MDP, MDF e HDF?
Nós sabemos que o segmento da marcenaria é muito competitivo, mas além da produção de móveis sob medida diferenciados em relação aos seus concorrentes, é possível encontrar formas de fazer mais com os mesmos recursos. Na prática, o reaproveitamento das sobras pode gerar a produção de pequenos móveis ou diversas peças que podem ser comercializadas ou entregues como brindes por sua marcenaria.
Veja uma relação do que é possível fazer:
. Letras-caixa.
. Apoios para braços de sofá e porta-controles
. Banquinhos para crianças, até mesmo em cores diferentes;
. Cestas de lixo reciclável ou cachepôs de madeira para abrigar vasinhos e plantas.
. Pequenas prateleiras.
. Pés de estilo retrô.
. Réguas de altura para espaços kids.
. Tampas para churrasqueiras e suportes para espetos de carne.
. Placas decorativas, para colagem de adesivos.
Além disso, as iniciativas para o reaproveitamento de sobras da produção ganham força no mercado moveleiro e estimulam boas práticas ambientais na sociedade. Sem contar que, para a marcenaria, ele reduz a quantidade de resíduos descartados e ainda pode criar oportunidades de renda.
Crie parcerias com pequenos artesões
Sabe aquela feirinha ou loja de artesanato perto da sua casa ou da fábrica? Você já pensou que a sobra da sua marcenaria pode se tornar a matéria-prima dos produtos que eles vendem? Pensando em pequenas peças de artesanato, é possível fabricar porta-copos, canetas, chaves ou revisteiros. Também há possibilidade de idealizar caixinhas, porta-retratos, relógios de parede, quadros de aviso, pequenas luminárias criativas, bandejas ou mesmo até mesmo brinquedos.
Reserve um dia na sua agenda para visitar estes locais e conversar sobre possíveis negócios. Você pode doar parte das sobras, criar parcerias ou propor preços diferenciados para venda dependendo do volume e formatos, assim como já combinar com que frequência poderá fazer entregas e como fará isso.
Como reduzir o desperdício de painéis na marcenaria?
Um projeto bem especificado e o uso de um plano de corte, programa específico que ajuda a otimizar o aproveitamento da chapa, é essencial para evitar desperdícios, e permite ainda criar um ambiente de trabalho mais limpo e organizado.
Uma das ações recomendadas aos marceneiros ao projetar o corte da chapa de madeira começa na compra da matéria-prima. “Nunca compre mais que o necessário, dentro da ideia que o melhor é sobrar que faltar. Essa é uma das formas mais comuns de desperdício e, por extensão, de perda de competitividade”, avalia Robson do Valle, professor de marcenaria do SENAI PR. “Em algum momento o marceneiro terá que repassar esse erro de planejamento para o cliente, encarecendo o seu produto”, completa.
De acordo com estudos do Sebrae junto a cadeia produtiva de madeira e móveis, ao considerar o consumo médio mensal de 100 chapas de MDF, nas espessuras de 15 mm e 18 mm, a perda mensal pode superar R$ 3.000,00 com o desperdício de sobras e painéis. Por isso, a importância do plano de corte e reaproveitamento de parte das sobras geradas pelo corte na fabricação de móveis. Veja também dicas e cuidados na hora de armazenar seus painéis na marcenaria.
Correta avaliação
Mesmo com o plano de corte adequado, a redução de desperdícios também reside no gerenciamento das sobras. Para isso, é preciso avaliar e separar apenas os cortes que podem ser convertidos em retalhos, podendo até retornar ao estoque e lá permanecer até que uma ou mais peças possam receber novo plano de corte.